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Foto: Renan Mattos (Diário)
Em outubro, os serviços do Pronto-Atendimento Pediátrico do Hospital da Brigada Militar de Santa Maria (HBMSM) foram suspensos, deixando, assim, uma parcela da população desassistida. Quem era acostumado a buscar atendimento para crianças de até 12 anos no HBMSM, agora, precisa se deslocar para outros locais.
São dois pronto-atendimentos municipais, que atendem pacientes infantis de forma gratuita, e dois privados, que atendem por meio de planos de saúde ou de forma particular. Na situação atual de pandemia, mesmo com medidas de prevenção mais brandas, crianças seguem sem aulas presenciais.
- Com este isolamento, as crianças têm ficado mais em casa e tendo pouco contato externo. Isso diminuiu os casos corriqueiros de viroses e quadros gripais. Por isso, o número de atendimentos diminuiu consideravelmente - diz Veronica Martins Camargo, coordenadora administrativa do Pronto-Atendimento Municipal do Patronato.
Ela conta que a queda no número de atendimentos do PA Pediátrico, comparado a 2019, foi de 58%. No ano passado, foram 34.679 atendimentos de janeiro a outubro. No mesmo período
deste ano, foram 14.485.
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A manicure Josiély Castro Oliveira, 27 anos, costuma levar sua sobrinha no PA do Patronato ao menos duas vezes por mês durante o inverno.
- Ela faz nebulização, pois tem sinusite e crises de bronquite. Este foi o primeiro inverno que ela só precisou de atendimento uma vez e, naquele dia, o PA estava vazio.
Normalmente é cheio, e o tempo de espera é grande, mas fomos sempre bem recebidas - lembra.
No geral, Santa Maria segue a recomendação do Ministério da Saúde, que indica uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24 horas de porte 3 (como a que funciona em Santa Maria) para uma abrangência de 200 mil a 300 mil habitantes. No município, duas unidades contam com dois médicos pediatras a cada turno de plantão. No PA do Patronato, são 14 profissionais no total. Na UPA, são 24. O Executivo municipal garante que não há falta de médicos pediatras em nenhuma de suas unidades.
REDE PÚBLICA
Conforme a prefeitura de Santa Maria, por meio da Superintendência de Comunicação, de três pronto-atendimentos municipais, dois possuem plantão pediátrico 24h - o PA do Patronato
e a UPA, que fica no Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, anexo ao Hospital Casa de Saúde. Os atendimentos nos PAs municipais são feitos mediante apresentação da carteirinha do Sistema Único de Saúde (SUS) e documento de identificação, como RG, CPF ou Certidão de Nascimento. É preciso que a criança esteja acompanhada de uma pessoa maior de 18 anos.
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Mais dois PAs privados dão suporte para as crianças No setor privado, também são duas opções para atendimento infantil especializado - o Pronto-Atendimento 24h da Unimed Santa Maria e o Cauzzo 24h, anexo ao Centro de Atendimentos e Diagnósticos (CAD), no Bairro Km 3.
Assim como no PA do Patronato, a Unimed 24h registrou queda de 61% nos atendimentos infantis em decorrência da pandemia. Para ser atendido, é necessário levar documento de identificação da criança e carteirinha do plano de saúde da Unimed. Consultas sem convênio podem ser feitas com o custo de R$ 250.
O pronto-atendimento pediátrico da Cauzzo funciona 24 horas apenas aos finais de semana e feriados. Podem consultar crianças que tenham os planos de saúde Cauzzo ou de forma
particular, pelo valor de R$ 300.
SEM PEDIATRIA
Outros três hospitais da
cidade, que possuem pronto-atendimentos 24 horas - o Hospital da Brigada Militar (HBMSM), o Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo (HCAA) e o Hospital Geral de Santa Maria (HGeSM) - não contam com atendimento especializado em pediatria.
No HBMSM, os plantões especializados foram suspensos por tempo indeterminado. A atendente afirma que o motivo da suspensão seria o corte de gastos e que a ideia é retomar esse serviço só no ano que vem. Conforme o Diário já havia noticiado em 24 de setembro, o argumento da instituição era de que deveria cortar esses atendimentos para arcar com o pagamento de um aparelho comprado pelo HBM de Porto Alegre. O Diário tentou contato com a direção do hospital, que não atendeu as ligações.
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O diretor técnico do Hospital de Caridade, Luiz Gustavo Thomé, explica que, atualmente, não há estrutura física para manter um plantão pediátrico, mesmo que o hospital já tenha tido esse serviço no passado.
No pronto-atendimento do HGeSM, conforme informado pela secretaria, é feita uma avaliação médica da criança pelo clínico geral que está de plantão. Caso haja necessidade, é acionado o médico pediatra que fica de sobreaviso.